segunda-feira, 23 de junho de 2008

Perspectivas da cultura popular no contexto das novas tecnologias


Por Mariana Campos


Quando se pensa em políticas culturais, logo vem a cabeça projetos baseados na inclusão social das diferentes camadas populares, por meio do acesso a uma cultura tida, historicamente, como universal. Porém, impôr um conceito distorcido de cultura, sob o pretexto de dar acesso ao que é produzido pela classe dominante, ou pelo que é assimilado por ela, não é o que se pode chamar de uma política de inserção cultural, ao menos não sob a concepção de cultura hegemônica levantada pelo filósofo italiano Antonio Gramsci. A partir dessa idéia, pode-se discutir se é possível aos dirigentes públicos construírem projetos alternativos que realmente valorizem a cultura popular, inserindo-a, de maneira efetiva, no âmbito das manifestações culturais hegemônicas.

Para Gramsci a hegemonia, no capitalismo, se baseia na idéia de que a influência exercida por determinada classe social, se dá pelo seu poder político e econômico. Isso permite que seus interesses prevaleçam e se imponham sob os interesses da maioria da sociedade. Em contraponto a esse poder dominante, Gramsci acredita num movimento de resistência das classes subalternas, de forma que elas se organizem para difundir a sua cultura, e a partir daí, não apenas se submetam à cultura hegemônica, mas tornem-se parte dela, de modo a desconstruí-la.

Se virmos a realidade política brasileira pela ótica gramsciana, percebemos que dentro da questão cultural hoje, as políticas públicas se voltam, predominantemente, para a imposição do que é produzido pela cultura hegemônica. Quando muito, na tentativa de inserir as classes marginalizadas, acabam por dar a cultura popular uma conotação folclórica, desvalorizando-a, da mesma forma. Nesse contexto então, qual seria o papel dos governantes em relação a esse tema?

Talvez medidas que se baseassem na valorização da cultura subalterna, no sentido de reconhecer que ela existe e possui uma identidade original, ajudariam a fortalecer os movimentos de resistência aclamados por Gramsci. O que também incentivaria as comunidades que fazem parte desse meio a alcançarem o respeito das classes dominantes.

Atualmente, verifica-se que o desenvolvimento tecnológico pode ser visto como uma nova fonte a ser explorada por aqueles que produzem uma cultura condenada a ficar à margem. A Internet traz uma proposta de democratização da informação, o que possibilita às classes populares a abertura de um espaço para mostrar aquilo que é produzido por elas, e não somente o acesso aos produtos hegemônicos que imperam nas grandes mídias.

Nesse caso, cabe aqueles que se propõem a dirigir democraticamente o país, a pensar projetos que, baseados nas tendências tecnológicas atuais, contemplem a necessidade de descentralizar o poder das mãos dos que detém a hegemonia cultural, para ceder e compartilhar com os representantes da cultura subalterna.

Por enquanto, o que se observa no contexto atual das políticas públicas voltadas para a cultura, é que a realidade brasileira parece estar um pouco longe do que defendia Gramsci. Contudo, se vistas positivamente, as características e tendências trazidas pelas novas tecnologias abrem um leque de possibilidades para que as classes subalternas sigam na luta por, quem sabe, tornar sua cultura hegemônica, e conquistar seu espaço, por meio de uma identidade própria, sem apenas submeter-se ao que lhes é imposto.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Capoeira Paulistana


Por Erika Alexandra Balbino

São Paulo, capital cosmopolita e cultural do país, tem sempre um lugar tímido quando se fala em cultura regional. Pouco se discute, até mesmo entre os próprios paulistanos, sobre o choro, o samba regional, os abolicionistas de Santos e São Vicente, as congadas e tantas outras manifestações populares.

A cultura negra, através dos anos, mesmo numa capital como São Paulo, metrópole, esmagadora de minorias, e de culturas subalternas, a capoeira deixou sua marca. Dos escravos aos estivadores do porto de Santos que subiam a serra pra jogar tiririca no Largo da Banana, hoje Barra Funda. Dos sambistas do Bexiga, onde morava o temido apitador Pato n`Água, exímio jogador de tiririca, aos professores de capoeira que trabalham como educadores da Febem, instituição para menores da cidade. Os grandes baianos, hoje também paulistanos que difundiram a cultura de seu estado por onde passaram.

São Paulo e capoeira? Sim, São Paulo seria talvez a última cidade que poderia servir como referência para um resenha sobre capoeira, mas é justamente por esse prisma novo, que traremos um rico trabalho histórico de como era a vida escrava na capital, seus hábitos e costumes, as lutas regionais, a capoeira, a influência da capoeira no futebol, a chegada da Luta Regional Baiana de Mestre Bimba à São Paulo, e a participação de grandes sambistas na construção da capoeira local, e a influência da cultura baiana na capital.

A metrópole que não relata com riqueza as suas tradições, sempre foi pano de fundo para os inúmeros anônimos que fizeram a história da negritude na capital. Os arraiais, as periferias, os negros escravos, os açoites para punir aqueles que ousavam praticar a luta de escravos em vias públicas. Do período colonial até o momento atual, traçaremos um paralelo de como culturas consideradas minorias, e a arte da capoeira como cultura subalterna, conseguiram sobreviver, adaptar-se para não morrer.

Já em 1835, antes mesmo do Decreto Nacional de 1890 que proibia a prática da capoeira em todo o país, a capital paulistana já registrava de 25 a 30 açoites decorrentes da prática da capoeira, no Largo dos Aflitos, onde hoje se encontra a Praça da Liberdade, e onde, para o assombro de muitos, era o Pelourinho da Capital. Sim a Capital tinha um Pelourinho, e o nome Aflitos, dava-se ao cemitério que se encontrava ao lado, onde até hoje se encontra a Capela das Almas Aflitas.

Basicamente a capoeira paulistana se divide em três períodos. O primeiro, A Capoeira Escrava, é da época do fluxo de escravos provindos da Bahia trazidos para os canaviais paulistas, e a influência dos quilombos de Pai Felipe e do Jabaquara, ambos na baixada santista, na capital. O mais importante a ressaltar certamente é uma seqüência de manuscritos sobre a proibição da capoeira na capital. O primeiro deles é assinado pelo Presidente da Província, Antônio Joaquim Xavier da Costa. O documento encontrado por nossa equipe de pesquisa, que data de 17 de novembro de 1832, proíbe a prática do jogo de escravos conhecido vulgarmente como capoeira na capital.

Uma nova Postura Municipal se atrela a essa última com data de 11 de março de 1833, determinando de 25 a 50 açoites, ainda pagando 3 mil réis de multa, para aqueles que desobedecessem a postura. Em 15 de novembro de 1834 novamente o Presidente da Província, então Excelentíssimo senhor Thobias de Aguiar, faz um novo manuscrito onde reclama da continuidade de pessoas jogando capoeira nas vias da capital.

Esses fatos ilustram a resistência da repressão na cidade, a manifestação e a expressão do povo negro, quiçá de ex-escravos.

O segundo período A capoeira e o Samba, revela que a cidade de São Paulo não é e nem nunca foi o túmulo do samba e muito menos da capoeira. Nas décadas de 30 e 40 as lutas regionais de resistência na cidade eram conhecidas por pernada e tiririca. Em cada canto da cidade existia um foco. No Bexiga era a turma de Patro N´Agua, no Largo do Peixe no Tatuapé era o Senhor Nenê de Vila Mathilde. Na Praça da sé eram os engraxatres da tiririca, Osvaldinho da Cuíca, Germano Mathias. No Largo da Banana, hoje Barra Funda, eram os estivadores vindos de Santos. Dentre os inúmeros anônimos que fizeram parte dessa história estão Osvaldinho da Cuíca, Senhor Nenê de Vila Matilde, Germano Mathias, Toniquinho Batuqueiro, Pato n´Agua, Paulo Cunha, entre outros.

Essas comunidades do samba, hoje conhecidas como “Escolas” se encontravam no Largo do Paissandu, onde fica a Igreja Nossa Senhora dos Homens Negros. Plínio Marcos também era freqüentador do Paissandu. Era ali que entre um copo e outro, escolhia capoeiras para suas peças de teatro e para o circo. Espetáculos folclóricos montados por Solano Trindade com capoeiras como Ananias (BA) e Paulo Cunha (SP) também eram exibidos ali ao lado na Galeria Olido.

O terceiro e último período, A chegada dos grandes baianos, começa com a visita de Mestre Bimba a cidade de São Paulo em fevereiro e março de 1949 para demonstrações públicas no Estádio do Pacaembu. Manoel dos Reis Machado, conhecido como Mestre Bimba, foi o baiano que criou a capoeira hoje popularmente chamada de capoeira regional, e que conseguiu do então Presidente Getúlio Vargas, a autorização para a prática da capoeira, tirando-a do código penal. As apresentações de Bimba lotaram por uma semana o Estádio do Pacaembu e sua passagem pela capital foi amplamente coberta pela imprensa. Bimba parte de São Paulo após receber uma proposta para que a capoeira enfrentasse a luta livre, muito em voga na época. Bimba aceita, mas só se for pra valer. Na real. Os produtores então, que queriam uma marmelada insistem, e Bimba que era homem de palavra, vai embora e faz o jogo duro na cidade do Rio de Janeiro.

Posteriormente à visita de Mestre Bimba, começam a chegar na capital, grandes capoeiras baianos como os Mestres, Suassuna, Ananias, Limão, Silvestre, Brasília, que divulgam amplamente a modalidade e propagam a prática da capoeira em academias fechadas, além de levá-la de São Paulo para o mundo. Esses baianos instalados na capital criam um verdadeiro consulado informal da Bahia. Tornam-se referência para a comunidade e para outros capoeiras. Passam por dificuldades e alguns chegam a São Paulo em plena época de ditadura militar como Mestre Suassuna de Itabuna. Essas pessoas fizeram através da capoeira, uma ampla divulgação da cultura, da culinária, dos termos de linguagem, dos costumes e transformaram São Paulo em uma plataforma para a divulgação da capoeira para o exterior.

Assim como São Paulo traz uma mistura de paulistanos e nordestinos, baianos e mineiros, ricos e pobres, a capoeira a todos une sem distinção, proporcionando a agradável sensação de liberdade e valorização da auto-estima. Em uma roda de capoeira, o pedreiro baiano pode jogar com o médico paulistano, o intelectual baiano pode jogar com o menino analfabeto da favela. Essas qualificações deixam de existir ao momento do toque do São Bento Grande. Na roda de capoeira, o Mestre, quem comanda, é o berimbau e só ele, é capaz de distinguir quem está na roda.

Esses anônimos, estivadores, engraxates, sambistas, compositores têm uma paixão única: brincar com o corpo ao som de música. São verdadeiros ícones da memória paulistana e a história de cada um, mesmo dos grandes Mestres baianos na cidade, nunca foi explorada como se deve simplesmente por causa do regionalismo: estamos falando de São Paulo. Um contraponto para uma cidade que é considera pólo cultural do país.

Do tempo em que São Paulo ainda tinha chão de terra batida, capoeiras de matos ralos e arraiais ao invés de arranha-céus, criaremos um paralelo com as grandes periferias, cortiços, mostrando os anônimos que hoje tiram as crianças e jovens do crime através da capoeira como disciplinadora e educadora.

Resgatar essas histórias, essas pessoas, esse passado e contá-lo para a posteridade é mais do que uma necessidade, é um verdadeiro prazer. São Paulo e seu povo, e aqueles que foram imprescindíveis na construção da cidade e de sua identidade multi-racial e multi-cultural, merecem esse reconhecimento.




segunda-feira, 9 de junho de 2008

A periferia tem sete vozes


Diego, Estela, Valter, Aníbal, Du, Eloísa e Cristiano

Por Débora Freitas


Sete jovens vindos de cidades da grande São Paulo e da periferia paulistana queriam mostrar o que poderiam fazer com a voz. Os amigos Eloíza e Estela Paixão, Cristiano Alberto, Aníbal e Valter Macário, Diego de Jesus e Du Machado costumavam se encontrar no Capão Redondo, na casa de um deles, Valter, para colocar em prática a musicalidade que cada um havia aprendido ou desenvolvido nas poucas oportunidades que tiveram. “Naquele momento nós não tínhamos como comprar ou estudar nenhum instrumento, mas sabíamos cantar. Então, o jeito foi encontrar uma alternativa”, conta Aníbal.

Das reuniões e experimentações nasceu o Perseptom Banda Vocal um grupo que tem como principal instrumento a voz. Na verdade, as sete vozes são responsáveis pelos solos e todo o preenchimento harmônico, além de se transformarem em baixo, guitarra, trompete, percussão, e o que mais for necessário. Foi justamente a falta de recursos que fez aflorar nestes jovens um grande talento. Fazem parte do repertório do grupo músicas de artistas brasileiros da MPB, como bossa nova, samba e choro, e composições próprias.

O estilo ainda é pouco conhecido e divulgado na cidade, mas existem aproximadamente mais 15 grupos que fazem o mesmo tipo de trabalho, entre eles o Trato no Tom e o Canto ma non Presto. Porém, a origem musical de todos eles é basicamente a mesma, os corais das igrejas.

Apesar de alguns integrantes do Perseptom não morarem na cidade de São Paulo, a maior parte de suas atividades aconteciam aqui. E foi justamente dentro deste caldeirão cultural que a banda surgiu oficialmente, em 2002. Durante o dia o trabalho, e à noite as apresentações em casas de shows, bares e universidades, que rendiam quase ou nenhum dinheiro.

Mas a persistência abriu alguns caminhos. Foi em um festival fora do estado que o pessoal do Perseptom conheceu o cantor Chico César, que convidou a banda para gravar uma faixa do CD Amídalas, com a música Ninguém Sai. Ele não esconde a admiração que tem pelos artistas. “Perseptom me surpreende por ser um grupo de jovens negros da periferia de São Paulo que acrescenta um novo elemento numa cena já bastante rica. É um bálsamo para os nossos ouvidos cansados da cacofonia urbana de buzinas, sirenes de polícia, tiros, ambulâncias e promessas vãs”, filosofa. Começava aí o diálogo com a indústria cultural brasileira.

Em 2006, o grupo gravou seu primeiro CD, pela gravadora Paulus, chamado Brasil a Cappella, que foi indicado no ano seguinte ao Prêmio Tim de Musica, na categoria Grupo Vocal, e ficou em segundo lugar no prêmio internacional da Contemporary A Cappella Society of America – CARA, nas categorias Melhor Álbum de World Music e Melhor Música de World Music para o clássico Anunciação, de Alceu Valença. Também se apresentaram em programas de TV, como o Sr. Brasil, na TV Cultura, e o Todo Seu, na TV Gazeta.

Depois de seis anos na estrada, o Perseptom permanece firme na peleja e ainda enfrenta dificuldades no mercado cultural. Apesar das conquistas, o sucesso e o reconhecimento ainda parecem distantes. Com material suficiente para mais dois CDs, o grupo está à procura de uma nova gravadora. “Nosso trabalho não é facilmente digerível, é artesanal e não atinge as massas”, justifica Aníbal.

Mas apesar dos entraves nem passa pela cabeça de nenhum dos sete integrantes desistir. “Ainda não ganhamos dinheiro com a música, mas somos artistas de qualidade. Nós somos parte da cultura paulistana, da cultura brasileira e vamos continuar”, completa Eloíza.

O trabalho realizado pelo Perseptom Banda Vocal é um ótimo motivo para este blog continuar divulgando a cultura subalterna paulistana. Submetidos a um sistema implacável, que marginaliza quem está na base da pirâmide social, são filhos do caos, da violência e da miséria desta cidade. No entanto, o talento natural e a força de vontade estão acima de qualquer impedimento. Abaixo um vídeo com uma pequena amostra do Perseptom.


segunda-feira, 2 de junho de 2008

Espaços Marginais

Por Érika Ramos

Na esquina da Rua Benjamim Constant com a Rua Humberto de Almeida no bairro Piraporinha, zona sul de São Paulo, há mais do que diz a placa.

Dentro, as mesas, patrocinadas por alguma marca de cerveja, estão dispostas em duas longas fileiras. No fundo, duas ou três máquinas de jogos e uma televisão lá no alto. Na estufa, bem aos olhos do freguês, torresmo, carne seca e mandioca cozida.

Lá fora, no terraço, mais mesas e cadeiras, e uma árvore cujo tronco dá apoio aos que querem passar. Até aí um bar comum. Mas não tão comum. No Bar do Zé Batidão, é quarta-feira, noite do esperado Sarau da Cooperifa.

“Antes pensava nos bancos que eu teria que ir na quarta-feira, no trabalho, hoje não vejo a hora de chegar quarta-feira” revela Robson Canto, auxiliar de escritório, escritor.

O local inusitado para a realização do evento não foi escolhido à toa “na periferia não temos teatro, não temos cinema, o único espaço público que nós temos é o bar. Então vamos fazer cultura aqui”, explica o poeta Sérgio Vaz, idealizador do projeto.

Vem gente de toda parte, de curiosos do centro da cidade a vizinhos assíduos, todos interessados nos versos. E quem não está interessado já é logo avisado pelo poeta que pode se retirar “enquanto há tempo”. Dali para frente serão duas horas de poesia. A placa atrás dele onde se lê: “O silêncio é uma prece” é quase uma ordem para que a única voz ouvida seja a do declamador.

A Cooperifa, Cooperativa Cultural da Periferia surgiu em 1999 com o objetivo de reunir escritores da periferia para a leitura de textos próprios ou de outros escritores num movimento “da favela para a favela”.

A reunião já rendeu frutos, um CD com voz e texto de 26 poetas e um livro, “Rastilho de Pólvora”, ambos com o apoio do Itaú Cultural. Eles também encontraram uma maneira de “prestigiar os amigos” explica Sérgio Vaz, o Prêmio Cooperifa elege o melhor trabalho do ano dos participantes do Sarau.

Os poetas se revezam na declamação. Dentre eles, professora, dona de casa, aposentado, rapper, líder comunitário, auxiliar de escritório, motorista. Nas vozes, palavras de amor, letras de rap e poesia ácida, de denúncia social. A gíria, linguagem típica do subúrbio, quando aparece, não empobrece o texto.

O dono da voz forte que vem de lá do terraço e emociona a platéia é Helber Ladislau. O poema? “José” de Carlos Drumond de Andrade. Helber, conta que os versos chegaram em sua vida “num momento em que estava sem luz”, desempregado, o motorista, se amparou na poesia de Castro Alves e de leitor passou a escritor e declamador.

No Sarau a cultura negra e a nordestina são exaltadas, se completam nos sotaques, na beleza, na riqueza de expressões dos filhos e netos dos que foram “levados” a morar na periferia. E nenhum problema quanto a isso. Aqui eles têm orgulho de onde moram.

O lugar longe que só costuma aparecer nos noticiários em dados estatísticos da violência há tempos mostra mais.

“No sentido abandono, esquecimento é uma poesia marginal que está à margem das grandes editoras, da mídia. Não é o tema que diz se é marginal ou não”, explica Sérgio Vaz.

A idéia de contrapor a cultura do centro para a periferia chama atenção. Só hoje, dois canais de televisão gravam matérias sobre o evento. É o movimento da favela para o centro.

A frase estampada na bandeira branca da Cooperifa diz tudo: “Nóis é ponte que atravessa qualquer rio”.